ARTIGO - "TODO HOMEM ERRA"
O título do presente artigo representa a mais pura realidade, pois a natureza humana, perfectível que é, não prescinde do erro para a sua evolução. Assim, nenhum homem pode dizer que jamais errou ou que jamais errará. Em casos de erro médico a situação não é diferente, todavia, sempre há forte resistência ao reconhecimento voluntário de um erro. Nesse caso só restar para a vitima apegar-se ao poder judiciário, esperando do juiz a redenção dos seus desgostos mais íntimos, esquecendo-se por vezes que não é fácil julgar o erro alheio.
Nessa tarefa exige-se do juiz uma postura que vá além das provas, utilizando-se de uma boa dose de intuição e ficando atento ao espírito de corpo que normalmente envolve a análise do erro médico por parte de peritos e médicos envolvidos. O advogado, por sua vez, ao trabalhar nessa área deve abordar o assunto com serenidade e equilíbrio, sem se deixar impressionar demasiadamente pelos fatos, olvidando as queixas visivelmente infundadas e que não passam de inconformismo exacerbado com o resultado do tratamento, porque ninguém é bem sucedido em processo de erro médico expondo lamúrias apenas.
A análise criteriosa dos fatos e o parecer de um médico que, necessariamente deve anteceder o ajuizamento da ação deve sempre ser o norte de um advogado que milita nessa área. Isso mais se exige a bem do próprio cliente, porque não é fácil e nem rápido um processo dessa natureza, sem falar no desgaste emocional que é sempre considerável. Por fim, se após todos estes sopesamentos a vitória sobrevier a alegria e sensação de dever cumprido é inigualável e sempre suscita grande emoção para a parte e para o profissional que conduziu a causa.
Para quem perde fica a lição, por vezes amarga, de que se deve ser sempre prudente, diligente e perito no trato com o paciente e serve de alerta para que situações similares não mais ocorram. Afinal, fazer do erro um aprendizado enobrece e faz da pessoa um ser melhor, mas é apanágio de poucos, infelizmente.
MATÉRIAS
Erro médico - Jornal Gazeta (parte 1)